Os bancos de dados SQL vêm instalados com todos os comandos necessários para adicionar, modificar, excluir e consultar seus dados. Este guia de consulta rápida fornece uma referência para alguns dos comandos SQL mais usados.
Como Utilizar Este Guia:
Este guia está no formato de consulta rápida com trechos de linha de comando independentes
Salte para qualquer seção que seja relevante para a tarefa que você está tentando concluir
Quando você vir texto destacado
nos comandos deste guia, tenha em mente que este texto deve se referir às colunas, tabelas e dados em seu próprio banco de dados.
Em todo este guia, os valores de dados de exemplo fornecidos são todos agrupados em apóstrofos ('
). No SQL, é necessário envolver quaisquer valores de dados que consistam em strings em apóstrofos. Isso não é necessário para dados numéricos, mas também não causará problemas se você incluir apóstrofos.
Por favor, observe que, embora o SQL seja reconhecido como padrão, a maioria dos programas de banco de dados SQL possui suas próprias extensões proprietárias. Este guia utiliza o MySQL como exemplo de sistema gerenciador de banco de dados relacional (SGBD), mas os comandos executados irão funcionar com outros programs de banco de dados relacionais, incluindo PostgreSQL, MariaDB, and SQLite. Onde existem diferenças significativas entre os SGDBs, incluímos os comandos alternativos.
Por padrão no Ubuntu 18.04, o usuário root do MySQL pode se autenticar sem uma senha utilizando o seguinte comando:
- sudo mysql
Para abrir um prompt no PostgreSQL, use o seguinte comando. Este exemplo irá logar você como o usuário postgres, que é a função de superusuário incluída, mas você pode substituir isso por qualquer função já criada:
- sudo -u postgres psql
Se seu usuário root do MySQL está configurado para se autenticar com uma senha, você pode fazer isso com o seguinte comando:
- mysql -u root -p
Se você já tiver configurado uma conta de usuário não-root para seu banco de dados, você também poderá usar esse método para efetuar login como esse usuário:
- mysql -u usuário -p
O comando acima irá solicitar a sua senha após executá-lo. Se voce gostaria de fornecer sua senha como parte do comando, siga imediatamente a opção -p
com a sua senha, sem espaço entre elas:
- mysql -u root -psenha
O seguinte comando cria um banco de dados com configurações padrão.
- CREATE DATABASE nome_do_banco_de_dados;
Se você quer que seu banco de dados utilize um conjunto de caracteres e collation diferentes do padrão, você pode especificá-los usando esta sintaxe:
- CREATE DATABASE nome_do_banco_de_dados CHARACTER SET character_set COLLATE collation;
Para ver quais bancos de dados existem em sua instalação de MySQL ou MariaDB, execute o seguinte comando:
- SHOW DATABASES;
No PostgreSQL, você pode ver quais bancos de dados foram criados com o seguinte comando:
- \list
Para excluir um banco de dados, incluindo quaisquer tabelas e dados contidos nele, execute um comando que segue esta estrutura:
- DROP DATABASE IF EXISTS banco_de_dados;
Para criar um perfil de usuário para o seu banco de dados sem especificar nenhum privilégio para ele, execute o seguinte comando:
- CREATE USER nome_do_usuário IDENTIFIED BY 'senha';
O PostgreSQL usa uma sintaxe similar, mas ligeiramente diferente:
- CREATE USER nome_do_usuário WITH PASSWORD 'senha';
Se você quiser criar um novo usuário e conceder-lhe privilégios em um comando, você pode fazer isso usando um comando GRANT
. O seguinte comando cria um novo usuário e concede a ele privilégios totais em todos os bancos de dados e tabelas do SGBD:
- GRANT ALL PRIVILEGES ON *.* TO 'nome_do_usuário'@'localhost' IDENTIFIED BY 'senha';
Observe a palavra-chave PRIVILEGES
no comando GRANT
anterior. na maioria dos SGBDs, esta palavra-chave é opcional, e esse comando pode ser escrito equivalentemente como:
- GRANT ALL ON *.* TO 'nome_do_usuário'@'localhost' IDENTIFIED BY 'senha';
Esteja ciente, porém, que a palavra-chave PRIVILEGES
é necessária para a concessão de privilégios como este, quando o modo Strict SQL está ligado.
Utilize a seguinte sintaxe para excluir um perfil de usuário do banco de dados:
- DROP USER IF EXISTS nome_do_usuário;
Observe que esse comando não excluirá por padrão nenhuma tabela criada pelo usuário excluído, e tentativas de acessar essas tabelas podem resultar em erros.
Antes de poder criar uma tabela, primeiro você precisa informar ao SGBD o banco de dados no qual você gostaria de criá-la. No MySQL e MariaDB, faça isto com a seguinte sintaxe:
- USE banco_de_dados;
No PostgreSQL, você deve utilizar o seguinte comando para selecionar seu banco de dados desejado:
- \connect banco_de_dados
A seguinte estrutura de comando cria uma nova tabela com o nome tabela, e inclui duas colunas, cada uma com seu tipo de dado específico:
- CREATE TABLE tabela ( coluna_1 coluna_1_tipo_de_dado, coluna_2 coluna_2_tipo_de_dado );
Para excluir uma tabela inteira, incluindo todos os seus dados, execute o seguinte:
- DROP TABLE IF EXISTS tabela
Utilize a seguinte sintaxe para popular uma tabela com uma linha de dados:
- INSERT INTO tabela ( coluna_A, coluna_B, coluna_C ) VALUES ( 'dado_A', 'dado_B', 'dado_C' );
Você pode também popular uma tabela com várias linhas de dados usando um único comando, assim:
- INSERT INTO tabela ( coluna_A, coluna_B, coluna_C ) VALUES ( 'dado_1A', 'dado_1B', 'dado_1C' ), ( 'dado_2A', 'dado_2B', 'dado_2C' ), ( 'dado_3A', 'dado_3B', 'dado_3C' );
Para excluir uma linha de dados de uma tabela, utilize a seguinte estrutura de comando. Observe que valor deve ser o valor contido na coluna especificada na linha que você quer excluir:
- DELETE FROM tabela WHERE coluna='valor';
Nota: Se você não incluir uma cláusula WHERE
em um comando DELETE
como no exemplo seguinte, ele excluirá todos os dados contidos em uma tabela, mas não as colunas ou a própria tabela:
- DELETE FROM tabela;
Use a seguinte sintaxe para atualizar os dados contidos em uma dada linha. Observe que a cláusula WHERE
no final do comando informa ao SQL qual linha atualizar. valor é o valor contido na coluna_A que se alinha com a linha que você deseja alterar.
<$>[note]
Nota: Se você deixar de incluir uma cláusula WHERE
em um comando UPDATE
, o comando substituirá os dados contidos em todas as linhas da tabela.
<$>
- UPDATE tabela SET coluna_1 = valor_1, coluna_2 = valor_2 WHERE coluna_A=valor;
A seguinte sintaxe de comando adicionará uma nova coluna a uma tabela:
- ALTER TABLE tabela ADD COLUMN tipo_de_dado coluna;
Um comando seguindo essa estrutura excluirá uma coluna de uma tabela:
- ALTER TABLE tabela DROP COLUMN coluna;
Para visualizar todos os dados de uma única coluna em uma tabela, use a seguinte sintaxe:
- SELECT coluna FROM tabela;
Para consultar várias colunas da mesma tabela, separe os nomes das colunas com uma vírgula:
- SELECT coluna_1, coluna_2 FROM tabela;
Você também pode consultar todas as colunas de uma tabela, substituindo os nomes das colunas por um asterisco (*). No SQL, asteriscos agem como um curinga para representar “todos”:
- SELECT * FROM tabela;
Você pode restringir os resultados de uma consulta adicionando a cláusula WHERE
ao comando SELECT
, assim:
- SELECT coluna FROM tabela WHERE condições_que_se_aplicam;
Por exemplo, você pode consultar todos os dados de uma única linha com uma sintaxe como a seguinte. Observe que valor deve ser um valor contido tanto na coluna especificada quanto na linha que você quer consultar:
- SELECT * FROM tabela WHERE coluna = valor;
Um operador de comparação em uma cláusula WHERE
define como a coluna especificada deve ser comparada com o valor. Aqui estão alguns operadores comuns de comparação SQL:
Operador | O que ele faz |
---|---|
= |
testa a igualdade |
!= |
testa a desigualdade |
< |
testa menor que |
> |
testa maior que |
<= |
testa menor que ou igual a |
>= |
testa maior que ou igual a |
BETWEEN |
testa se um valor está dentro de um determinado intervalo |
IN |
testa se o valor de uma linha está contido em um conjunto de valores especificados |
EXISTS |
testa se existem linhas, dadas as condições especificadas |
LIKE |
testa se um valor corresponde a uma string especificada |
IS NULL |
testa valores NULL |
IS NOT NULL |
testa todos os valores que não sejam NULL |
O SQL permite o uso de caracteres curinga. Eles são úteis se você estiver tentando encontrar uma entrada específica em uma tabela, mas não tiver certeza de qual é exatamente essa entrada.
Asteriscos (*
) são marcadores que representam “todos”. Isso irá consultar todas as colunas de uma tabela:
- SELECT * FROM tabela;
O símbolo de porcentagem (%
) representa zero ou mais caracteres desconhecidos.
- SELECT * FROM tabela WHERE coluna LIKE val%;
Os underscores (_
) são usados para representar um único caractere desconhecido:
- SELECT * FROM tabela WHERE coluna LIKE v_lue;
A função COUNT
é utilizada para encontrar o número de entradas em uma determinada coluna. A seguinte sintaxe retornará o número total de valores contidos em coluna:
- SELECT COUNT(coluna) FROM tabela;
Você pode restringir os resultados de uma função COUNT
adicionando a cláusula WHERE
, assim:
- SELECT COUNT(coluna) FROM table WHERE coluna=valor;
A função AVG
é usada para encontrar o valor médio (nesse caso, a média) entre os valores contidos em uma coluna específica. Observe que a função AVG
só funcionará com colunas contendo valores numéricos; quando usada em uma coluna contendo valores de string, pode retornar um erro ou 0
:
- SELECT AVG(coluna) FROM tabela;
A função SUM
é usado para encontrar a soma total de todos os valores numéricos contidos em uma coluna:
- SELECT SUM(coluna) FROM tabela;
Assim como na função AVG
, se você executar a função SUM
em uma coluna contendo valores de string, ela pode retornar um erro ou apenas 0
, dependendo do seu SGBD.
Para encontrar o maior valor numérico em uma coluna ou o último valor em ordem alfabética, utilize a função MAX
:
- SELECT MAX(coluna) FROM tabela;
Para encontrar o menor valor numérico em uma coluna ou o primeiro valor em ordem alfabética, use a função MIN
:
- SELECT MIN(coluna) FROM tabela;
Uma cláusula ORDER BY
é usada para ordenar os resultados da consulta. A seguinte sintaxe de consulta retorna os valores de coluna_1 e coluna_2 e ordena os resultados pelos valores contidos em coluna_1 em ordem crescente ou, para valores de string, em ordem alfabética:
- SELECT coluna_1, coluna_2 FROM tabela ORDER BY coluna_1;
Para realizar a mesma ação, mas ordenar os resultados em ordem alfabética decrescente ou reversa, anexe a consulta com DESC
:
- SELECT coluna_1, coluna_2 FROM tabela ORDER BY coluna_1 DESC;
A cláusula GROUP BY
é semelhante à cláusula ORDER BY
, mas é usada para ordenar os resultados de uma consulta que inclui uma função de agregação, como COUNT
, MAX
, MIN
, ou SUM
. Sozinhas, as funções de agregação descritas na seção anterior retornarão apenas um único valor. No entanto, você pode visualizar os resultados de uma função de agregação executada em cada valor correspondente em uma coluna, ao incluir uma cláusula GROUP BY
.
A seguinte sintaxe contará o número de valores correspondentes em coluna_2 e os agrupará em ordem crescente ou alfabética:
- SELECT COUNT(coluna_1), coluna_2 FROM tabela GROUP BY coluna_2;
Para realizar a mesma ação, mas ordenar os resultados em ordem alfabética decrescente ou reversa, adicione DESC
à consulta:
- SELECT COUNT(coluna_1), coluna_2 FROM tabela GROUP BY coluna_2 DESC;
As cláusulas JOIN
são usadas para criar result-sets ou conjuntos de resultados que combinam linhas de duas ou mais tabelas. Uma cláusula JOIN
só funcionará se as duas tabelas tiverem uma coluna com nome e tipo de dados idênticos, como neste exemplo:
- SELECT tabela_1.coluna_1, tabela_2.coluna_2 FROM tabela_1 JOIN tabela_2 ON tabela_1.coluna_comum=tabela_2.coluna_comum;
Este é um exemplo de uma cláusula INNER JOIN
. Um INNER JOIN
retornará todos os registros que tiverem valores correspondentes nas duas tabelas, mas não mostrará registros que não tenham valores correspondentes.
É possível retornar todos os registros de uma das duas tabelas, incluindo valores que não têm ocorrência correspondente na outra tabela, utilizando uma cláusula outer JOIN
. As cláusulas outer JOIN
são escritas ou como LEFT JOIN
ou RIGHT JOIN
.
Uma cláusula LEFT JOIN
retorna todos os registros da tabela da “esquerda” e apenas os registros correspondentes da tabela da “direita”. No contexto das cláusulas outer JOIN
, a tabela da esquerda é aquela referenciada na cláusula FROM
, e a tabela da direita é qualquer outra tabela referenciada após a declaração JOIN
. A consulta seguinte mostrará todos os registros de tabela_1
e apenas os valores correspondentes de tabela_2
. Quaisquer valores que não tenham uma correspondência em tabela_2
aparecerão como NULL
no result-set:
- SELECT tabela_1.coluna_1, tabela_2.coluna_2 FROM tabela_1 LEFT JOIN tabela_2 ON tabela_1.coluna_comum=tabela_2.coluna_comum;
Uma cláusula RIGHT JOIN
funciona da mesma forma que um LEFT JOIN
, mas imprime todos os resultados da tabela da direita e apenas os valores correspondentes da tabela da esquerda:
- SELECT tabela_1.coluna_1, tabela_2.coluna_2 FROM tabela_1 RIGHT JOIN tabela_2 ON tabela_1.coluna_comum=tabela_2.coluna_comum;
Um operador UNION
é útil para combinar os resultados de dois (ou mais) comandos SELECT
em um único result-set:
- SELECT coluna_1 FROM tabela UNION SELECT coluna_2 FROM tabela;
Além disso, a cláusula UNION
pode combinar dois (ou mais) comandos SELECT
consultando diferentes tabelas em um mesmo result-set:
- SELECT coluna FROM tabela_1 UNION SELECT coluna FROM tabela_2;
Este guia aborda alguns dos comandos mais comuns no SQL usados para gerenciar bancos de dados, usuários e tabelas e consultar o conteúdo contido nessas tabelas. No entanto, existem muitas combinações de cláusulas e operadores que produzem result-set exclusivos. Se você está procurando um guia mais abrangente para trabalhar com SQL, recomendamos que você confira a Referência de SQL do Banco de Dados Oracle.
Além disso, se houver comandos SQL comuns que você gostaria de ver neste guia, pergunte ou faça sugestões nos comentários abaixo.
Por Mark Drake
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